Ofensivo, dominante e sem correr grandes riscos. Neste domingo, o Atlético executou o “manual” do técnico Jorge Sampaoli e, ainda que tenha apresentado certa dificuldade para criar em alguns momentos, foi o dono do jogo no Mineirão. E mais que isso: venceu o Tombense por 1 a 0 e conquistou o título do Campeonato Mineiro pela 45ª vez na história.
o jogo de ida disputado na última quarta-feira, o Atlético já havia vencido por 2 a 1, no mesmo estádio. Apesar de ter conquistado a vantagem de ser campeão mesmo com o empate neste domingo, o time alvinegro não adotou postura defensiva, fez o que dele se esperava e se impôs diante de um adversário que tem nível de investimento bem inferior. De cabeça, Jair marcou o único gol do jogo.
O Atlético não conquistava o Estadual desde 2017, quando superou o arquirrival Cruzeiro na decisão. Nas duas temporadas seguintes, acumulou vice-campeonatos em finais perdidas justamente para o time celeste. A conquista finda, ainda, outros dois jejuns: o de Sampaoli, que não era campeão há cinco anos, e o da gestão comandada pelo presidente Sérgio Sette Câmara, vitoriosa em uma competição pela primeira vez.
Agora, o time alvinegro concentra todas as atenções no Campeonato Brasileiro, única competição que disputará até o fim da temporada, programado para fevereiro de 2021. Nesta quinta-feira, o Atlético recebe o vice-líder São Paulo, no Mineirão. A partida, marcada para 20h, vale pela sétima rodada.
Já o Tombense muda o foco para a disputa da Terceira Divisão do Campeonato Brasileiro. No próximo domingo, a partir das 15h30, a equipe da Zona da Mata mineira vai a Erechim, no Rio Grande do Sul, visitar o Ypiranga. A partida vale pela quinta rodada do Grupo B da Série C.
Mais uma vez sem poder contar com o lesionado Nathan, o técnico Jorge Sampaoli testou outra estratégia para tentar resolver os problemas de armação do Atlético. Neste domingo, o argentino abandonou o sistema com quatro atacantes, sacou Hyoran, titular nas últimas partidas, e escalou um meio-campo com Allan, Jair e Alan Franco. Como é costume, o lateral-esquerdo Guilherme Arana virava mais uma peça centralizada no momento ofensivo.
Como era de se esperar, o Atlético não se contentou com o empate – que lhe garantiria o título, por conta da vitória por 2 a 1 no jogo de ida – e se lançou ao ataque. Apesar do meio-campo fortalecido, o time alvinegro apostou em chegadas pelas pontas, com Arana e Keno na esquerda e Mariano e Savarino na direita. Alan Franco simulava o papel de Nathan e era presença constante na grande área, especialmente no início da partida. Avançado, Sasha levou perigo em algumas oportunidades.
Com 68% de posse de bola, a equipe alvinegra tinha dificuldades para furar o bloqueio adversário. Por isso, apostou em cruzamentos – foram 19 só no primeiro tempo. Destes, sete foram certos. E dois resultaram em gols. Aos 40’, Savarino chutou para as redes, mas o lance foi invalidado por impedimento. Aos 48’, a insistência foi recompensada: Jair completou de cabeça uma cobrança de escanteio de Arana, desta vez sem irregularidades: 1 a 0.
Mesmo em desvantagem desde o começo, o Tombense não levou perigo à meta alvinegra durante todo o primeiro tempo. Isolado, o centroavante Rubens não conseguiu superar a marcação dupla de Réver e Junior Alonso. O time do interior finalizou apenas duas vezes na metade inicial, ambas para fora.
Sem riscos
O aumento da vantagem atleticana e a postura pouco ameaçadora na primeira etapa fizeram o técnico Eugênio Souza fazer duas alterações no intervalo: Maycon Douglas e Gabriel Lima substituíram Cássio Ortega e Serginho no Tombense. Mesmo assim, pouca coisa mudou na dinâmica da partida.
Ainda que em uma intensidade menor e com queda significativa no número de finalizações, o Atlético seguiu no campo adversário na etapa complementar e pouco sofreu com contra-ataques. Pelo contrário: as tentativas adversárias de gerar perigo ao gol defendido por Rafael, além de se mostrarem ineficientes, ainda permitiam avanços em contragolpes da equipe alvinegra.
Nesse sentido, as alterações promovidas por Sampaoli deram fôlego novo ao ataque. Marquinhos, Marrony e Hyoran substituíram, respectivamente, Keno, Sasha e Savarino ao longo do segundo tempo. O garoto de 20 anos, formado na base alvinegra, quase ampliou a vantagem, mas parou em grande defesa do goleiro Felipe.
Aos 45′, Allan foi expulso por receber dois cartões amarelos: um por reclamação, ainda no primeiro tempo, e outro por empurrar o árbitro Ronei Cândido Alves. Mas a desvantagem numérica pouco atrapalhou a vida alvinegra. Nos acréscimos, o Atlético ainda ensaiou uma “blitz” ofensiva e criou boas oportunidades, mas não conseguiu ampliar – e nem precisava. No fim das contas, triunfo por 1 a 0 mantido e título estadual conquistado.
TOMBENSE 0 X 1 ATLÉTICO
Tombense
Felipe; David, Admilton, Matheus Lopes (Ramon, aos 29’ do 2ºT) e João Paulo; Rodrigo, Serginho (Gabriel Lima, no intervalo) e Ibson (Jhemerson, aos 23’ do 2ºT); Marquinhos (Gersinho, aos 40′ do 2ºT), Cássio Ortega (Maycon Douglas, no intervalo) e Rubens
Técnico: Eugênio Souza
Atlético
Rafael; Mariano, Réver, Junior Alonso e Guilherme Arana; Allan, Jair e Alan Franco; Savarino (Hyoran, aos 29’ do 2ºT), Keno (Marquinhos, aos 18’ do 2ºT) e Eduardo Sasha (Marrony, aos 23’ do 2ºT)
Técnico: Jorge Sampaoli
Motivo: jogo de volta da final do Campeonato Mineiro
Local: Mineirão, em Belo Horizonte
Data e horário: domingo, 30 de agosto de 2020, às 16h (de Brasília)
Gol: Jair, aos 48’ do 1ºT (ATL)
Cartões amarelos: Serginho, aos 17’ do 1ºT, Marquinhos, aos 39′, Gabriel Lima, aos 42′, e Rodrigo, aos 44′ do 2ºT (TOM); Allan, aos 17’ do 1ºT e aos 44′ do 2ºT, Jorge Sampaoli, aos 10’, e Guilherme Arana, aos 26’ do 2ºT (ATL)
Cartão vermelho: Allan, aos 44′ do 2ºT (ATL)
Árbitro: Ronei Cândido Alves
Assistentes: Marcus Vinícius Gomes e Felipe Alan Costa de Oliveira
VAR: Wanderson Alves de Souza
Com informações do Portal Uai