Oprimidos e opressores

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Foto: divulgação internet
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Assistir a cenas degradantes de professores sendo agredidos por alunos ou pais de alunos já se tornou rotina nas redes sociais. O ofício dos mestres se tornou o ofício dos mártires. Lamentavelmente, aos poucos, vamos conseguindo assistir a este festival de barbaridades sem a mesma comoção e indignação de antes.

A cena da agressão sofrida por uma professora de uma pequena cidade do interior de Minas é bastante emblemática quanto à banalização de tais imagens.
Maldosamente, muitas pessoas podem considerar a mãe agressora apenas como uma mulher desequilibrada ou até, erroneamente, atribuir-lhe um perfil sobrecarregado de preconceito e depreciação.

Ora, independente do fato daquela histérica mãe aparentar ser uma mulher do tipo que recebe alguma espécie de benefício social na Caixa Econômica Federal, e vai direto para o bar mais próximo nutrir a proeminente barriguinha de cevada com latões e mais latões de cerveja barata. Independente dela ser aquela típica personagem barraqueira de periferia, que como compensação de sua frustração pessoal, sonha em ser mãe uma garota de programa famosa que faz sucesso como dançarina de auditório ou celebridade fugaz de reality show. Em que pese a  aparência bagaceira e vulgar e de que talvez seja constantemente usada e abusada aos fins de noite nos forrós interioranos. Ali se revela, certamente, o reflexo e o fruto de um tipo específico de doutrinação pedagógica disseminada nas últimas décadas.

Independente da visão distorcida e preconceituosa que muitos são tentados a traçar para a agressora, ela representa apenas o perfil de uma geração foi doutrinada para se achar merecedora de inúmeros direitos e benefícios, sem qualquer contrapartida de serviços e prestações a serem desempenhadas em prol da sociedade.

Ensinaram-lhe que a sociedade é marcada pela eterna luta entre oprimidos e opressores. Ensinaram-lhe que ela pertencia à classe dos oprimidos e que, portanto, deveria estar sempre disposta a lutar por seus infinitos direitos e benefícios.

Ensinaram-lhe que o oprimido é sempre bondoso e carrega em si o dom da eterna inocência. Ensinaram-lhe que seus desejos são direitos e nada mais. Ensinaram-lhe que sua prole é digna dos mesmos benefícios caprichosos e que qualquer contrariedade aos impulsos narcisistas são uma afronta inadmissível.

Tragicamente, esqueceram de lhe ensinar alguns postulados básicos sobre a natureza humana: que os “oprimidos” também oprimem e que os “opressores” também são oprimidos.

Na pedagogia, quando se valoriza mais o conceito de classe do que o conceito de indivíduo, a crueldade se torna o padrão básico de comportamento.

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