Minas Gerais, 8 de setembro de 2025 – Um alarmante panorama emerge da qualidade das escolas estaduais mineiras: das 3.954 unidades de ensino, pelo menos 557 não dispõem de água tratada e 517 utilizam fossas rudimentares para o descarte de esgoto.
Realidade nas escolas: desamparo básico
A falta de infraestrutura essencial afeta diretamente o cotidiano escolar. Muitas instituições dependem de poços, cisternas, rios ou córregos como fonte de água—situação que coloca em risco a saúde de cerca de 12,2 mil estudantes matriculados nessas escolas. Há registros também de 1.443 alunos frequentando escolas sem banheiro.
Fiscais do Tribunal de Contas do Estado de Minas Gerais (TCE-MG), ao realizar visitas em 89 escolas, identificaram que 58% não têm água potável certificada e 42,7% não contam com coleta de esgoto. Em algumas escolas, merenda teve de ser substituída por biscoito com leite porque a água era barrenta ou inexistente.
Riscos à saúde e ações em andamento
A persistência dessa precariedade sanitária é uma ameaça à segurança alimentar, à higiene e à dignidade dos estudantes. O esgoto mal gerido pode contaminar solo e águas superficiais, contribuindo para a propagação de doenças.
Em resposta, o projeto Sede de Aprender, articulado pelo CNMP, TCE, Ministérios Públicos e a Copasa, tem gerado diagnósticos e encaminhado recomendações. Também são previstas medidas como termos de ajustamento de conduta, ações civis públicas e intervenções governamentais.
Avanços e perspectivas
Alguns avanços já estão em curso: através do programa Encontro das Águas, escolas no semiárido mineiro recebem kits de abastecimento e sistemas fotovoltaicos, além de perfuração de poços e instalação de sistemas de potabilização em parceria com prefeituras e Copasa.
Panorama consolidado na tabela
| Indicador | Valor |
|---|---|
| Escolas sem água tratada | 557 de 3.954 |
| Escolas com fossas rudimentares | 517 |
| Escolas sem banheiro | 1.443 alunos afetados |
| Escolas vistoriadas sem água potável certificada | 58% |
| Escolas sem coleta de esgoto | 42,7% |
Em síntese, a ausência de condições básicas de saneamento em centenas de escolas mineiras expõe milhares de estudantes a riscos graves à saúde, compromete o ambiente de aprendizado e evidencia falhas estruturais profundas. Ainda que iniciativas pontuais estejam em andamento, a situação exige respostas urgentes, integradas e contínuas por parte das autoridades estaduais, federais e municipais.
