Entre os 68 demitidos pela deputada federal Joice Hasselmann (PSL-SP) dos veículos de comunicação da Câmara dos Deputados estavam todos os intérpretes da Língua Brasileira de Sinais (Libras), responsáveis por dar acessibilidade aos deficiente auditivos das sessões e programas audiovisuais da Casa.
De acordo com profissionais dos veículos que chegaram a tentar negociar com a parlamentar, os funcionários chegaram a discutir a opção de usar o closed caption, ferramenta que legenda as transmissões, para substituir essa mão de obra.
O problema é que essa ferramenta não garante a acessibilidade de forma ampla e correta. De acordo com especialistas em língua de sinais e em inclusão da população surda, muitos deficientes nem mesmo são alfabetizados em português, e a maioria tem a língua de sinais como sua principal ferramenta de interação, não compreendendo a linguagem escrita.
Seis intérpretes foram comunicados nesta sexta-feira que não precisariam voltar ao trabalho na próxima semana. De acordo com funcionários da Casa, a repercussão negativa entre a comunidade surda fez a deputada voltar atrás nessas demissões. Acusado de incluir os intérpretes no grupo dos demitidos, o diretor-executivo da Secom, David Miranda, comunicou no grupo de diretores que foi avisado de sua exoneração do cargo, devido ao que chamou de “equívoco”.