O evento teve exposição de fotos do Museu Itinerante, tour guiado pelas vielas e atrações que agitaram a manhã no local
Quem participou do “Afeto no Mercado” na manhã deste sábado (28) teve oportunidade de conhecer não só como era a cidade na época em que ainda era distrito Figueira, como também conhecer as histórias de vida por trás das lojas do Mercado Municipal.
A exposição de fotos do Museu Itinerante em comemoração aos 140 anos do distrito de Figueira ficou na entrada do Mercado Municipal pela rua Israel Pinheiro. Era comum ao circular pelo local, ver as pessoas mais idosas comentando detalhes daquela época em que o serviço de táxi era prestado por charretes, as lojas do mercado eram feitas de madeira e a Estação Ferroviária funcionava no local onde hoje ficam os correios e tinha o pátio de embarque onde atualmente é o prédio da prefeitura.
O motorista aposentado José Vieira de Araújo veio do Ceará para Governador Valadares quando tinha apenas um ano e lembra bem desta época. “Fui motorista do coronel Pedro. Esta exposição é uma verdadeira relíquia porque tem muita coisa que a maioria das pessoas não conhece. Muita coisa mudou de lugar”, comentou enquanto lembrava diversas histórias daquela época. Dentre as fotos expostas a novidade foi uma com QR Code com vídeo da pedagoga Ivette Josephina de Tassis contando o contexto histórico do retrato. O motorista Marcelo Vilson Penha achou legal a iniciativa. “É bom porque a gente fica conhecendo a história da nossa cidade. Deviam fazer esta exposição todo mês para gente pegar mais conhecimento”, sugeriu.
O GVCit itinerante também estava presente com stand com folders e promovendo um tour guiado pelas cinco vielas do Mercado Municipal. No passeio entre outras informações os visitantes descobriram que dentre os fundadores do mercado há família de libaneses, que o mercado conta com 168 lojas em funcionamento, quais são os estabelecimentos mais antigos e que 800 famílias sobrevivem do mercado. Para a artesã Aline Ribeiro o tour a fez enxergar o mercado com outro olhar. “Já conhecia o mercado, mas não desta forma. Uma coisa é você vir aqui porque tem que comprar algo em uma loja específica, outra é fazer o tour. Na rota a gente passa a conhecer o mercado como um todo. Vê que existe tradição, famílias, vê o que está por trás das lojas. Fica um carinho pelo mercado em si e pela cidade”, declarou.
A comerciante Maria das Graças Coutinho, dona da Natuceres, contou que a loja que antes pertencia ao sogro foi a primeira a vender frutas na cidade. “Meu sogro trazia de São Paulo as frutas diferentes para a cidade. Com o passar do tempo começou a ter procura por produtos naturais e ele foi novamente o primeiro a trazer produtos integrais como aveia e farinha para cá. Aí ele morreu, minha sogra morreu e eu comprei a loja e como foram surgindo outras lojas de frutas optamos por ficar apenas com os produtos naturais”, contou.
Quem também percorreu as vielas do Mercado foram a Banda Lira 30 de Janeiro e bloco do Carnapina que entre outras músicas tocaram marchinhas de carnaval, pagode e axé. O evento ainda contou com recreação infantil e barraquinhas dos empreendimentos da Rota da Culinária Afetiva e do Ponto de Cultura Artes e Sabores.
O Afeto no Mercado faz parte das comemorações dos 85 anos de Governador Valadares. Para diretora do Departamento de Turismo e idealizadora do evento Betinna Tassis o evento é um presente para a cidade. “Nosso objetivo ao fazer o Afeto no Mercado foi presentear a cidade contando a história dela mesma a partir das imagens da Figueira. Criamos a Rota da Culinária Afetiva para valorizar os empreendimentos do mercado e próximo a ele e para que as pessoas conheçam esse espaço que é cultural e também turístico. Vale a pena visitar o mercado e conhecer os aromas, cores e temperos de nossos ancestrais”. Para o secretário de Cultura, Esporte, Lazer e Turismo Kevin Figueiredo o mercado municipal reúne a história e tradição de Governador Valadares. “Nossa ação de hoje tem esse objetivo de realizar o encontro da história com a população e reconhecer o Mercado Municipal como atrativo turístico e histórico”.
