A Prefeitura de Contagem conduziu, nesta terça-feira (14/11), uma reunião envolvendo representantes do governo estadual, de Belo Horizonte e de Betim, para discutir a implantação do transporte sobre trilhos, os conhecidos trens de passageiros, interligando os três municípios.
Na ocasião, foi apresentada uma proposta conceitual de traçado de 41,1 km de extensão, partindo do centro de Belo Horizonte, com paradas no bairro Beatriz, em Contagem, e duas em Betim, gastando em média 30 minutos de deslocamento para todo o trajeto.
O modal, com capacidade de acomodar até 3.000 passageiros em cada composição, formada por oito a 12 vagões, seria alternativo e complementar ao metrô e as linhas de ônibus existentes, operando em horários predefinidos.
Com o primeiro passo dado por Contagem, a prefeita Marília Campos reforçou a importância do governo estadual assumir a agenda e tomar as iniciativas necessárias para viabilizar a implementação desta alternativa que pretende desafogar o transporte público na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH).
“Esta articulação política partiu de Contagem. É uma alternativa que não exige tanto recurso. Precisa de decisão e vontade política e protagonismo, especialmente do governo do Estado, em defender que o trem de passageiros é uma necessidade para resolver a mobilidade do cidadão metropolitano. Não é possível que em todas as capitais exista o trem menos aqui”, destacou.
Com a proposta nas mãos, o governo estadual se comprometeu em desenvolver o projeto e se debruçar em desafios como a captação de recursos, conciliar os transportes de carga e de passageiros, a possibilidade de criar uma tarifa única, entre outros.
“O Estado assumiu, nesta reunião, o compromisso de coordenar e aprofundar tecnicamente a discussão sobre essa proposta e buscar viabilizá-la. A partir disso, vamos construir um consenso sobre o que será demandado junto ao governo federal”, afirmou o secretário-adjunto de Infraestrutura, Mobilidade e Parcerias, Pedro Calixto.
Segundo o responsável pelo projeto conceitual, André Tenuta, da ONG TREM, a implementação do transporte sobre trilhos nos moldes apresentados nesta terça-feira teria um custo R$ 325 milhões e os recursos podem ser garantidos por meio de outorga, oriundas das renovações de concessões da EFVM (Vale) e da empresa MRS.
Um novo encontro foi agendado para o dia 23 de novembro, na Cidade Administrativa, quando a proposta será mais amplamente discutida e aprimorada. A prefeita Marília Campos adiantou que está articulando uma reunião com a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) e o Ministério dos Transportes. A ideia é apresentar o projeto para o governo federal, a fim de pleitear o repasse de recursos.
Também participaram da reunião o presidente da Transcon, Saint Clair Terres; o secretário Municipal de Obras, Rômulo Perilli; a secretária Municipal de Desenvolvimento Urbano e Habitação, Mônica Bedê; o prefeito de Betim, Vittorio Mediolli; o subsecretário de Transporte e Mobilidade de Minas Gerais, Aaron Dalla; e o adjunto, Pedro Calixto; o diretor-geral da Agência de Desenvolvimento da Região Metropolitana de Belo Horizonte (ARMBH), Marcus Lopes; o superintendente de mobilidade da Prefeitura de Belo Horizonte, André Dantas; o deputado estadual, João Leite; o presidente da Câmara Municipal de Contagem, Alex Chiodi; e demais autoridades e representantes da Frente Ferroviária.