As bancadas do DEM e do MDB anunciaram nesta segunda-feira a saída do bloco parlamentar do centrão na Câmara dos Deputados, liderado por Arthur Lira (PP-AL), que é candidato à sucessão da presidência da Casa, após aproximação do grupo com o presidente Jair Bolsonaro.
A saída dos dois partidos reduz o tamanho do maior bloco partidário da Câmara de 221 para 158 deputados.
O presidente do MDB e líder da bancada na Câmara, Baleia Rossi (SP), afirmou em sua conta no Twitter que a posição de independência do partido foi aprovada na convenção que o elegeu para comandar a sigla em 2019.
“Apoiamos o que acreditamos ser bom para o país. A presença do MDB no bloco majoritário da Câmara se devia às cadeiras nas comissões. Manteremos diálogo com todos. Somos #PontoDeEquilíbrio”, disse Baleia Rossi no Twitter.
O líder do DEM, Efraim Filho (RN), disse à Reuters que o principal motivo para a saída do bloco foi uma questão regimental.
“Posicionamento de bancada quanto a requerimentos, urgências, destaques, reposicionar a autonomia da bancada”, exemplificou o líder do DEM.
Efraim Filho afirmou que a medida não tem relação com a sucessão de Maia, que ocorre em fevereiro de 2021. “O Democratas só trata de sucessão após eleições municipais, a partir de dezembro”, informou.
Em entrevista à CNN, Baleia Rossi também negou que o movimento tenha relação com a sucessão na Câmara.
Mas nas últimas semanas, Bolsonaro se aproximou do centrão para montar uma base de apoio e o deputado Arthur Lira, que é líder do bloco na Câmara, vem procurando ganhar apoios para poder substituir Rodrigo Maia (DEM-EJ) no comando da Casa em fevereiro de 2021.
No início da semana passada, por exemplo, Lira chegou a apresentar um requerimento, que depois foi retirado, para adiar a votação do Fundeb —o fundo de financiamento da educação básica no país— no momento em que o Executivo discutia apresentar uma proposta alternativa.
No Twitter, Lira procurou minimizar o movimento de MDB e DEM e disse que o objetivo do bloco é “manter o diálogo e a votação das pautas importantes para o país”.
“O bloco foi formado para votar o Orçamento e é natural que se desfaça. Ele deveria ter sido desfeito em março, o que não aconteceu por conta da pandemia”, completou ele.