China tenta conter surto de chikungunya

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Foto: VCG/IMAGO

Com mais de 7 mil casos confirmados, país adota ações de contenção, utiliza drones para identificar focos de mosquitos e aplica multas por acúmulo de água parada. OMS alerta para risco de epidemia.

OMS vê repetição de padrão do surto de 2004

As chuvas intensas e altas temperaturas agravaram a crise na China, onde a doença não é comum. Em julho, a Organização Mundial da Saúde (OMS) alertou para o risco de o mundo enfrentar uma nova epidemia do vírus.

A organização observa atualmente os mesmos sinais de alerta precoce que antecederam um grande surto de chikungunya entre 2004 e 2005. Na ocasião, a epidemia se espalhou pelo Oceano Índico, atingindo territórios insulares antes de se expandir globalmente e infectar quase meio milhão de pessoas.

“Hoje, a OMS está vendo o mesmo padrão se repetir: desde o início de 2025, [os arquipélagos de] Reunião, Mayotte e Maurício registraram grandes surtos de chikungunya. Estima-se que um terço da população de Reunião já tenha sido infectada”, disse Diana Rojas Alvarez, da OMS, em uma coletiva de imprensa em Genebra realizada em 22 de julho. No dia seguinte, a China já reportava 2,6 mil casos confirmados da doença.

Na Europa, casos ligados ao surto nas ilhas do Oceano Índico também foram reportados. A transmissão local foi relatada na França, e casos suspeitos foram detectados na Itália.

Alvarez observou que a taxa de letalidade da chikungunya é inferior a 1%. “Mas quando começamos a contar milhões de casos, esse 1% pode significar milhares de mortes”, disse. Além disso, a OMS aponta que até 40% dos pacientes infectados apresentam sequelas que duram meses ou anos após a infecção.

Desde o surto mortal de SARS em 2003, a China se tornou conhecida por medidas coercitivas que muitos países consideram excessivas. Desta vez, pacientes estão sendo obrigados a ficar internados por pelo menos uma semana. Também foi imposta uma quarentena domiciliar de duas semanas, mas a medida foi suspensa, já que a doença não é transmitida de pessoa para pessoa.

Também surgiram relatos de tentativas de conter o surto com peixes que comem larvas de mosquito e até com mosquitos maiores que se alimentam dos transmissores do vírus.

Com informações do Portal DW
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