Lisboa (Portugal) — Um grave acidente no histórico Elevador da Glória, em Lisboa, deixou 16 mortos e 23 feridos, sendo sete em estado grave, no início da noite de quarta-feira (3). O bondinho descarrilou por volta das 18h05 após a ruptura de um cabo estrutural de segurança, o que fez o veículo perder o controle e colidir violentamente contra um edifício.
Segundo autoridades locais, o impacto foi devastador. Entre as vítimas fatais está André Marques, guarda-freio do bondinho. Também foram confirmadas mortes e feridos entre turistas estrangeiros, incluindo uma família alemã — o pai morreu, a mãe está em estado grave e uma criança de 3 anos sofreu ferimentos leves. Há ainda espanhóis e uma italiana entre os atingidos.
Resgate e comoção nacional
Mais de 60 bombeiros, acompanhados de diversas ambulâncias e viaturas de resgate, foram mobilizados para o socorro. As equipes trabalharam durante horas para retirar as vítimas dos destroços. O governo português decretou luto nacional e a Câmara Municipal de Lisboa manifestou solidariedade às famílias.
“Estamos diante de uma tragédia que entristece Lisboa e todo o país. Faremos todo o possível para apoiar as vítimas e suas famílias”, disse em nota o prefeito de Lisboa.
Investigação em andamento
O Gabinete de Prevenção e Investigação de Acidentes com Aeronaves e Ferroviários (GPIAAF) abriu uma investigação para apurar as causas do acidente. No entanto, os trabalhos de campo só tiveram início na manhã desta quinta-feira (4) devido à falta de equipes especializadas disponíveis.
Segundo o presidente da Carris, empresa que opera o Elevador da Glória, todos os protocolos de manutenção estavam em dia. O bondinho havia passado por revisão geral em 2022 e a última manutenção preventiva ocorreu entre agosto e setembro de 2024. A companhia responsável, a MAIN, também será investigada.
Patrimônio histórico abalado
Inaugurado em 1885, o Elevador da Glória é um dos cartões-postais mais conhecidos de Lisboa e foi declarado monumento nacional em 2002. O acidente gerou comoção internacional e reacendeu o debate sobre a segurança dos transportes históricos na cidade.
