As recentes contratações do Atlético-MG fizeram o clube ser chamado de PSG brasileiro, em referência aos vários reforços de alto nível contratados pelo clube francês. A denominação foi dada por jornalistas e dirigentes argentinos, durante a cobertura do duelo entre Atlético e River Plate, pelas quartas de final da Libertadores. Na partida de ida, o time brasileiro venceu por 1 a 0. O jogo de volta será nesta quarta-feira (18), no Mineirão.
Com o objetivo de retomar o protagonismo no futebol brasileiro, como ocorreu nos tempos de Toninho Cerezo, Reinaldo, Éder, João Leite, Luizinho e outros craques, o Atlético iniciou uma política de investimento em contratações, como as de Zaracho, por 5,2 milhões de euros(R$ 32,1 milhões); Nacho Fernandez, por 4,9 milhões de euros (R$ 30,2 milhões); Junior Alonso, por 3 milhões de euros (R$ 18,5 milhões); Nathan, por 3 milhões de euros (R$ 18,5 milhões); Keno, por 2,2 milhões de euros (R$ 13,6 milhões) e Eduardo Vargas, por 1,15 milhão de euros (R$ 7,1 milhões), segundo valores da Transfermarkt.
No total, foram 52,8 milhões de euros em contratações (R$ 323,1 milhões). Outras, como as de Hulk e Diego Costa, vieram sem custo, mas o clube terá de arcar com os salários de cerca de R$ 1,2 milhão por mês de cada um, segundo informações veiculadas na mídia.
Todos esses gastos se tornaram possíveis em função de empréstimos concedidos por empresários, o principal deles Rubens Menin, fundador e presidente da MRV Engenharia, que também é conselheiro do clube.
Com um patrimônio líquido de 2,9 bilhões de dólares em 2021 (R$ 15,2 bilhões), segundo a Forbes, Menin emprestou cerca de R$ 400 milhões ao Atlético, projetando que o clube iria ampliar os ganhos com as receitas do shopping Diamond Mall, em Belo Horizonte, e do futuro estádio do clube, que tem a previsão de ser entregue em outubro de 2022.
Para a própria construção do estádio, a MRV Arena, o clube já teve de vender 50,1% da participação no shopping, por R$ 250 milhões, mantendo, no entanto, por mais quatro anos, a totalidade do que vinha recebendo no empreendimento, que era 15% das receitas.
Outro fator que possibilita o investimento, em meio a dívidas de cerca de R$ 1,3 bilhão do clube, são as vendas de cadeiras cativas do futuro estádio, que podem chegar a R$ 100 milhões. Além da venda dos naming rights, por R$ 60 milhões, e da renda vinda de patrocínios, das transmissões e da bilheteria, que os investidores esperam ser cada vez mais crescente.
A ideia é que, com o tempo, o próprio Atlético-MG tenha condições de realizar os investimentos, dentro de um orçamento equilibrado. Isso, no entanto, deve demorar algum tempo e, neste momento, os riscos dos investidores ainda são altos. Neste sentido, somente a conquista de títulos poderá, em curto prazo, ajudar a diretoria a compensar alguns investimentos. Para que, em um prazo bem mais longo, o clube comece a ter uma gestão sustentável.