Na véspera das manifestações previstas para o dia 7 de Setembro, a Polícia Federal cumpriu mandados de prisão, busca e apreensão, a pedido da subprocuradora geral da República, Lindôra Maria Araújo, e autorizados pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
O inquérito, o mesmo instaurado para apurar a atuação do deputado federal Otoni de Paula (PSC-RJ) e do cantor Sérgio Reis, investiga atos de “incitação da população, por meio das redes sociais, a praticar atos criminosos, violentos e atentatórios ao Estado Democrático de Direito” no feriado, segundo nota da PGR.
Foram cumpridos dois mandados de prisão preventiva: de Marcio Giovani Niquelatti, o professor Marcinho, e do ex-policial Cassio Rodrigues de Souza. Ambos, de acordo com a nota, divulgaram “mensagens, agressões e ameaças contra a Democracia, o Estado de Direito e suas Instituições, em especial o Supremo Tribunal Federal, a justificar a imposição da medida restritiva de liberdade”.
No pedido de prisão, a PGR mostra mensagens de redes sociais em que Marcio e Cassio ameaçam o ministro Moraes e sua família de morte.
Também foram cumpridos outros sete mandados de busca e apreensão, um deles na residência de Gilmar Alba (PSL-RS), prefeito de Cerro Grande do Sul (RS). Ele foi flagrado no dia 26 de agosto ao tentar entrar com R$ 505 mil em São Paulo pelo aeroporto de Congonhas.
À CNN, Alba enviou um áudio em que diz que “eles [policiais] não encontraram nem um palito de fósforo tanto na prefeitura como em Venâncio Aires na casa do meus filhos. Mais uma vez, digo que eu sou um homem limpo, honesto e vocês podem confiar em mim”.
A PGR determinou ainda o bloqueio de chaves Pix e contas bancárias de suspeitos de estarem envolvidos no financiamento de manifestações violentas previstas para o dia 7. Entre elas, houve o bloqueio, válido até dia 8, quarta-feira, das contas bancárias da Associação dos Produtores de Soja de Mato Grosso (Aprosoja-MT) e da Associação Nacional dos Produtores de Soja (Aprosoja).