
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), indicador oficial da inflação no Brasil, apresentou deflação de 0,11 % em agosto, o primeiro resultado negativo desde agosto de 2024 (-0,02 %) e o recuo mais intenso para o mês desde setembro de 2022 (-0,29 %).
No acumulado do ano, o índice registra alta de 3,15 %, enquanto, nos últimos 12 meses, a inflação ficou em 5,13 %, abaixo dos 5,23 % do intervalo imediatamente anterior.
Principais responsáveis pela queda
As principais quedas foram observadas nos grupos:
Habitação, com recuo de 0,90 %, puxado pela queda de 4,21 % na energia elétrica residencial, impactando o índice em -0,17 p.p., como efeito do bônus de Itaipu aplicado na conta de luz;
Alimentação e bebidas, que recuou 0,46 %, contribuindo com -0,10 p.p., graças à redução de preços de itens como tomate, batata, cebola, arroz e café moído;
Transportes, com queda de 0,27 %, incluindo redução nos combustíveis e passagens aéreas.
Segundo o gerente do IPCA, Fernando Gonçalves, esses três grupos foram responsáveis por -0,30 p.p. do índice total. Sem esse impacto, a variação seria positiva, de 0,43 %.
Contexto e perspectivas
A deflação veio um pouco menor do que projetado pelo mercado – a mediana das estimativas apontava para uma queda de 0,15 % em agosto. No entanto, o resultado reforça a tendência de arrefecimento dos preços, apesar da inflação ainda estar acima da meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (3 %).