Palácio Tiradentes quer evitar divisão de forças para que aliado seja eleito para comandar o Legislativo; preferido é Roberto Andrade (Patriota)
O governo de Romeu Zema (Novo) articula para que sua base de apoio na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) lance apenas um candidato para a presidência da Casa. O objetivo é evitar a divisão das forças governistas e aumentar as chances de que um aliado do Palácio Tiradentes seja eleito para comandar o Legislativo a partir de fevereiro.
Até o momento, três parlamentares se colocam como candidatos: Roberto Andrade (Patriota), Antônio Carlos Arantes (PL) e Tadeu Martins Leite (MDB). Todos eles estiveram na posse de Zema no domingo (01/01).
Na prática, Andrade e Arantes terão que chegar a um consenso sobre quem será o candidato governista. O deputado do Patriota é o nome preferido pelo entorno de Zema.
Em meados de dezembro, ele promoveu uma confraternização de fim de ano com os colegas parlamentares. O evento teve as presenças do vice-governador, Mateus Simões (Novo), e do secretário de Governo, Igor Eto (Novo), o que foi visto como um sinal claro da preferência do governo.
No coquetel após a posse de Zema no Palácio das Artes no domingo, deputados ouvidos pelo Aparte deram como certo que Roberto Andrade será o candidato do governo. O deputado Bosco (Cidadania), por exemplo, fez questão de cumprimentá-lo no evento e se referir a ele como “presidente”.
A aposta do emedebista é conseguir apoio da oposição, formada pelo PT e demais partidos de esquerda, do grupo de parlamentares liderados pelo atual presidente da ALMG, Agostinho Patrus (PSD), e também votos de parte dos deputados que hoje estão na base de Zema.
Nos bastidores da ALMG, parlamentares e assessores fazem diferentes previsões sobre qual candidato será o próximo presidente da Casa. Fato é que as votações no final de dezembro deram confiança ao governo de que Zema conseguirá eleger seu candidato e que também terá maioria no Legislativo para aprovar projetos de lei.
O próprio governador comemorou a ampliação da base de apoio em pronunciamento à imprensa antes da posse. Integrantes do governo e deputados aliados citam como exemplo de força terem conseguido derrubar o quórum da votação sobre a proposta de aumentar o salário dos parlamentares da ALMG.
Era necessário que 39 dos 77 deputados, ou seja, a maioria, estivessem presentes em plenário, mas o número chegou a apenas 33, o que levou a votação a ser adiada em um primeiro momento.
“O governador Zema cumpriu muito bem o seu (primeiro) mandato. Agora nós poderemos avançar muito, principalmente em função da composição da Assembleia, que terá maioria na base de apoio ao governo”, disse Antônio Carlos Arantes, atual vice-presidente da ALMG, à rádio Super 91,7 FM após a posse do governador.
Ele defendeu que os deputados atuem de forma unida e que haja convergência. “É o que pretendemos e é o que o governo tem feito. Temos avançado nesse sentido de buscar o diálogo entre os três candidatos. Eu espero que nós consigamos até o final do mês sair com um candidato único e um acordo para a (formação da) Mesa Diretora”, continuou ele.
A eleição do presidente da ALMG se tornou especialmente importante para o governo Zema porque o atual chefe do Legislativo, Agostinho Patrus (PSD), atuou como oposição e não colocou em votação projetos de interesse do governo, como a adesão ao Regime de Recuperação Fiscal e a privatização da Codemig.
A eleição está marcada para o dia 1º de fevereiro, mesma data em que os deputados eleitos tomarão posse. Se nenhum candidato obtiver 39 votos na primeira votação, será realizado segundo turno com os dois mais votados.
Com informações do Portal O Tempo