Fernando Azevedo deixa o Ministério da Defesa

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Ministro da Defesa Fernando Azevedo e o presidente Jair Bolsonaro
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O ministro da Defesa, general Fernando Azevedo, deixou o cargo nesta segunda-feira (29/03).

A saída veio em meio à expectativa de que o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, oficialize ainda hoje também sua demissão do Itamaraty.

Araújo vem sofrendo forte pressão do Congresso Nacional para deixar o governo de Jair Bolsonaro, mas a saída de Azevedo não era esperada.

Ministro Fernando Azevedo, da Defesa

“Agradeço ao Presidente da República, a quem dediquei total lealdade ao longo desses mais de dois anos, a oportunidade de ter servido ao País, como Ministro de Estado da Defesa. Nesse período, preservei as Forças Armadas como instituições de Estado”, diz a nota de demissão de Azevedo.

Saídas de ministros 

Caso se confirme também a demissão de Araújo, serão três ministros a deixar o governo em quinze dias.

Há duas semanas, o general Eduardo Pazuello também se demitiu do Ministério da Saúde após forte pressão devido ao agravamento da pandemia de coronavírus, que já matou mais de 300 mil brasileiros. O médico Marcelo Queiroga assumiu o comando da pasta.

A pressão também aumentou sobre Araújo devido ao isolamento do Brasil no cenário internacional, consequência da sua política externa ideológica conservadora, totalmente desalinhada com a tradicional diplomacia brasileira de multilateralismo.

Para parlamentares, isso tem dificultado acordos para importação de mais vacinas para imunizar os brasileiros.

No caso de Azevedo, porém, a demissão surpreendeu, e ainda não está claro se a decisão partiu do próprio ministro ou se foi um pedido do presidente Bolsonaro.

Os militares têm uma participação no governo federal muito maior que o normal hoje, comandando ministérios civis e ocupando milhares de cargos de segundo e terceiro escalão.

O próprio cargo de ministro da Defesa, pasta à qual estão subordinados Exército, Aeronáutica e Marinha, era tradicionalmente ocupado por civis desde sua criação em 1999. Desde o governo Michel Temer (2016-2018), porém, passou a ser comandada por um militar.

Azevedo era visto como um ministro mais moderado e que mantinha diálogo com outros Poderes — antes de assumir a pasta da Defesa, foi assessor do ministro do Supremo Tribunal Federal Dias Toffoli durante parte do período em que ele presidiu a Corte.

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