Encarceramento é sempre uma situação ímpar, porém o fato é interpretado de maneira diferente por dois tipos de pessoas. Aos que têm o mínimo de brio pode se tornar o destilamento da alma de água para vinho, já para outros que não tem algum propósito de vida firmado, é o fim de suas vidas e de seu orgulho, passam somente como passageiros da agonia, reclamando aos quatro ventos e ao mundo sobre as injustiças que vivem.
Porém sabemos, para aqueles que sabem de seu destino, aos quais a imagem que se forma ao fechar os olhos para dormir, é o mesmo formato daquilo que os impede de seguir em frente, nada. Para estes não há prisões maiores do que a incerteza de quem governa, que não há prisão maior que a do medo de enfrentar os tentáculos do Leviatã.
Quando lhe tiram tudo, então você está pronto para tudo, a partir daí o usurpado “não têm nada a perder a não ser suas correntes”.
Olhando para trás e pensando naquelas mudanças que foram feitas nos corações dos que ficaram para além dos muros há a glória do dever cumprido culturalmente, por cada livro lido por aqueles que foram iluminados por antigos escritos, e para cada ano que o livro se encontra distante de nossa realidade aumenta a importância da sua mudança e a glorificação do espírito.
Para cada página lida dos livros de Hesíodo, há uma virtude a mais incrementada no modus operandi dos que estão além do homem comum, dos que veem agora soluções perenes para problemas novos. Sabendo que o que deve ser feito assim será pois, você nasceu para fazer o que se convenceu, o que está convicto, e se há momentos de indecisão, os maiores estão em prisões.
Porém o que é uma prisão, uma situação que não pode ser mudada ou ambiente que não pode ser transposto por vontade própria, ou pelo menos seria essa a intenção de uma. Pois há aquilo que atravessa qualquer prisão, e isto é a convicção, que acompanhou vários detentos até o momento de suas mortes, criando belíssimas obras de arte que, mesmo presos em cubículos, mudaram o rumo da humanidade.
Até para além de livros e pinturas, o que seria do soldado em Vesúvio sem seu inabalável e incorruptível senso de dever que, o manteve em seu posto, mesmo com labaredas caindo dos Céus pois, o dever de proteger até o último cidadão que ainda não estivesse fugido ou obrigado, era maior que seu medo, era maior que ele mesmo.
Quando o homem descobre aquilo que é maior do que ele mesmo, ao qual vale a pena por isso dar a vida, ele se liberta de qualquer prisão, e disto, se trata a importância de darmos uma chance as prisões que a vida nos coloca, e que podemos acabar indo outros momentos, para que com resiliência e determinação, pensemos como passaremos sob qualquer barreira e qualquer muro aos quais nos coloquem à frente.