Tem sempre aquela conotação de jogo com aura de final ou decisão antecipada do turno do Campeonato Brasileiro. A explicação está no fato de Atlético e Palmeiras serem, respectivamente, o líder e o vice-líder da competição, a quatro rodadas do encerramento da primeira metade do torneio por pontos corridos, possuírem elencos milionários e estarem ainda entre os favoritos (assim como o Flamengo) na disputa da Libertadores (o rubro-negro e o Galo seguem vivos também na Copa do Brasil). E há um personagem, no banco de reservas alvinegro, que dá mais um colorido especial ao quadro emoldurado pelo Mineirão neste sábado (14), às 19h.
Estrategista que pode levar o time mineiro a novas glórias na temporada, Cuca é com certeza uma figura emblemática neste confronto, por conta de sua identificação com o Atlético e a relação com o Verdão, entre episódios de rivalidade e laços de “amor e ódio”, no intervalo de uma década.
Tudo começou em 2011, em meio a um cenário desesperador vivido pelo Galo. Pouco tempo após ser confirmado como técnico alvinegro, no dia 8 de agosto daquele ano, Cuca admitiu, em uma discussão com torcedores, que estava tentando buscar o volante Pierre, na época atleta do Porco. A transação foi concretizada, e aquele reforço seria o primeiro de uma espinha dorsal de uma das maiores equipes da história do clube. No mesmo ano, o Atlético bateu o Palmeiras por 2 a 1.
Em 2012, mais dois capítulos dessa saga. Em São Paulo, o treinador promoveu a estreia de Ronaldinho Gaúcho pelo Alvinegro, no triunfo por 1 a 0 sobre o Verdão. No segundo turno, depois de amargar quatro partidas consecutivas sem vencer, o time mineiro se reabilitou justamente em cima do Porco, com uma goleada por 3 a 0.
Os dois lados
Após deixar o Atlético no fim de 2013 e passar um período no comando do Shandong Luneng, da China, Cuca aceitou o desafio de treinar o Palmeiras em 2016. E por lá fez história, sendo campeão brasileiro pela agremiação paulista. No ano seguinte, porém, vivenciou uma realidade totalmente diferente.
O técnico deixou a Academia depois do Brasileiro de 2016, mas retornou ao clube em maio de 2017, permanecendo por apenas cinco meses, em uma era marcada por polêmicas, sobretudo pelos desentendimentos com o volante Felipe Melo, afastado pela comissão técnica.
Revanche?
Já na temporada 2020, o treinador levou o Santos à decisão da Libertadores. O adversário: o Palmeiras. A finalíssima, realizada no Maracanã, terminou com a derrota do Peixe, adiando o sonho do técnico de ser bicampeão do torneio (ele angariou a taça em 2013 pelo Galo). Na ocasião, Cuca ainda foi expulso, após uma confusão com Marcos Rocha, seu comandado nos tempos de Atlético e Verdão.
Em 2021, Alexi Stival tenta dar o troco, a começar neste sábado em um duelo que pode colocar o Atlético com cinco pontos de vantagem sobre os paulistas. Parafraseando a Massa, que, sempre que a equipe alvinegra joga, diz que hoje tem jogo do Galo: hoje tem jogo do Cuca. E quem sabe, hoje seja dia de Cuca!
FICHA TÉCNICA
ATLÉTICO
Everson; Mariano, Nathan Silva, Alonso (Réver) e Guilherme Arana (Dodô); Jair (Tchê Tchê), Allan, Zaracho e Nacho Fernández; Vargas e Hulk
Técnico: Cuca
PALMEIRAS
Weverton; Marcos Rocha, Luan, Gustavo Gómez e Piquerez; Danilo, Zé Rafael, Raphael Veiga e Dudu; Breno Lopes e Rony
Técnico: Abel Ferreira
DATA: 14 de agosto de 2021 (sábado)
HORÁRIO: 19h
LOCAL: Mineirão
CIDADE: Belo Horizonte
MOTIVO: 16ª rodada do Campeonato Brasileiro
ARBITRAGEM: Bruno Arleu de Araújo, auxiliado por Rodrigo Figueiredo Henrique Correa e Thiago Henrique Neto Correa Farinha, todos do Rio de Janeiro e Fifa
VAR: Rodrigo Nunes de Sá (RJ/Fifa)
TRANSMISSÃO: Premiere