Auxílio só deve voltar com corte de gastos, diz Guedes

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© Reprodução/Credit Suisse O ministro da Economia, Paulo Guedes, durante live do banco Credit Suisse
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O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse nesta 3ª feira (26.jan.2021) que a retomada do auxílio emergencial aos mais vulneráveis é uma medida de “guerra” que só deve ser adotada caso haja um aumento de casos da covid-19. Em troca, o Congresso deveria aprovar medidas de cortes de gastos.

Quer criar auxílio emergencial de novo? Precisa ter cuidado. Pensar bastante. Não pode ter aumento automático de verba para educação, para segurança. [Auxílio] passou a ser prioridade, é dinheiro para guerra. Se apertar o botão aqui, vai ter de travar o resto todo”, disse o ministro durante live do banco Credit Suisse. O presidente Jair Bolsonaro e o ministro Ernesto Araújo (Relações Exteriores) também participaram do evento.

Há pressão para retomar o pagamento do benefício depois da eleição para a presidência da Câmara e do Senado, em 1º de fevereiro. O auxílio beneficiou diretamente 70 milhões de pessoas em 2020 e injetou R$ 320 bilhões na economia.

Por ter um custo fiscal alto, Guedes diz ser necessário aprovar uma PEC (proposta de emenda à Constituição) com medidas de ajuste que não avançaram em 2020, incluindo cortes em gastos com os servidores. Ele cita a PEC do Pacto Federativo, parada no Senado.

“Pegar o dinheiro e sair correndo é fácil. Tem de pagar. O custo é não ver as outras despesas correndo”, diz o ministro.

“Caso seja necessário retomar as medidas de emergência contra os efeitos da covid-19, temos o protocolo da crise, aperfeiçoado agora”, disse. “Vamos observar e esperar pelo melhor, com a vacinação em massa”.

Guedes cita o exemplo de Israel, que vacinou rapidamente os mais velhos e derrubou a curva de mortes por covid-19. O ministro diz que 15% da população brasileira é formada por idosos. Com a vacinação em massa, a mortalidade da doença tende a cair nos próximos meses.

Ao lado de Guedes, Bolsonaro disse que o país não pode deixar que despesas temporárias da crise se tornem permanentes. Afirmou que o objetivo em 2021 é acelerar as privatizações e melhorar o ambiente de negócios. [Vamos] avançar nas reformas fiscal, tributária e administrativa em parceria com o Congresso”.

 

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