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Associação de funcionários do Banco Mundial pede suspensão de indicação de Weintraub

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Ex-ministro da Educação Abraham Weintraub
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BRASÍLIA (Reuters) – A Associação de Funcionário do Grupo Banco Mundial pediu nesta quarta-feira ao Comitê de Ética do Conselho da instituição que coloque em suspenso a indicação de Abraham Weintraub para o cargo de diretor do Banco Mundial devido a atitudes e comportamentos recentes do ex-ministro da Educação.

Em carta aberta, obtida pela Reuters, a associação cita um tuíte de Weintraub considerado racista sobre a China, no qual ele também acusa o país pelo novo coronavírus e de “dominação mundial”. A associação menciona inquérito aberto pelo Supremo Tribunal Federal (STF) decorrente da publicação.

A associação lembra ainda declarações de Weintraub em reunião ministerial quando teria sugerido a prisão de ministros do Supremo e afirmou odiar o termo “povos indígenas”. Menciona ainda declarações e ações do ex-ministro contra a proteção dos direitos das minorias e a promoção da igualdade racial, citando seu último ato como ministro da Educação, quando ele revogou portaria sobre políticas de inclusão para promover cotas para negros, indígenas e pessoas com deficiência em cursos de pós-graduação.

A associação diz entender “que a escolha deste diretor executivo é do Brasil e somente do Brasil”, mas argumenta que é preciso “garantir que o comportamento e as ações de nossos membros efetivos do Conselho sigam o Código de Conduta para Funcionários do Conselho —exigindo os mais altos padrões de integridade e ética em sua conduta pessoal e profissional— e alinhados com nossas políticas operacionais, como nossa política de povos indígenas”.

“Portanto, solicitamos formalmente ao Comitê de Ética que reveja os fatos por trás das múltiplas alegações, com vistas a (a) colocar sua indicação em suspenso até que essas alegações possam ser revisadas e (b) garantir que o sr. Weintraub seja avisado de que o tipo de comportamento pelo qual ele é acusado é totalmente inaceitável nesta instituição”, pede a associação.

A associação argumenta que o Banco Mundial “acaba de assumir uma posição moral clara para eliminar o racismo em nossa instituição”.

Weintraub foi demitido do cargo de ministro pelo presidente Jair Bolsonaro na semana passada e indicado para a diretoria do Banco Mundial. Ele já se encontra em Washington, em meio a polêmicas por conta da data de sua exoneração e da viagem aos Estados Unidos.

Ele viajou aos EUA na última sexta-feira quando ainda era ministro, e teve sua exoneração inicialmente publicada no sábado. Contudo, na terça-feira, após um pedido de apuração feito pelo Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da União (TCU), o governo retificou a exoneração de Weintraub, informando que ocorreu na sexta.

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