Evento ganha notoriedade nos principais meios de comunicação do mundo
Começou a copa do mundo FIFA 2023 de futebol feminino na Austrália e Nova Zelândia. O evento marcará a história, não só para as mulheres, mas principalmente para a sociedade. A revolução feminina existe, progride e perpetuará a linha do tempo da humanidade. A jogadora de futebol brasileira mais importante da história disputou a primeira copa em 2003. Se tornou a maior artilheira de todas as copas com dezessete tentos em 2019. Incluindo a modalidade masculina. Agora, vinte anos depois, a rainha Marta estará presente pela sexta vez no campeonato. Apenas uma edição a menos que a detentora do recorde mundial, a gloriosa brasileira Formiga. Recuperada da pior lesão de sua carreira, a rainha será a principal responsável por disseminar a revolução do futebol feminino brasileiro para o mundo e carregará o nosso samba, não só pelos cavacos ou pandeiros, mas pelos pés calçados que um dia caminharam descalços pelo chão de terra do Nordeste com destino ao futebol, ao dom, ao talento, a vontade, a persistência e a glória do nosso Brasil com a utopia de erguer um título mundial feminino.
Lastimavelmente, o machismo e a intolerância culminaram na proibição das mulheres de praticarem o futebol de 1941 a 1979. A prática do esporte executada pelas mulheres era vista pela sociedade, majoritariamente dirigida e coordenada por homens, como abismal e errônea. Apesar da evolução, alguns fatores ainda são atenuantes: a burrice e a ignorância persistem em existir! O esporte sempre será acolhedor e propagará a função de modificar os seres humanos. A trajetória de vida da rainha Marta é um exemplo de virtude, garra e revolução. Com as palavras da majestade: “isso representa a nação brasileira, representa as mulheres e não só representa a Marta”. Além de: “ É isso que eu peço para as meninas. Não vai ter uma Formiga para sempre, não vai ter uma Marta para sempre, não vai ter uma Cristiane. O futebol feminino depende de vocês para sobreviver! ”
A função se perpetua. A reeducação social é, principalmente para os homens, uma modificação essencial das diretrizes retrógradas da humanidade. A revolução é compreender que nem sempre as pioneiras continuarão em campo. Seja representada por nossas mães ou avós. Seja na arte ou na vida. “Chore no começo para sorrir no fim”. E sorriremos, Marta! Igual Marta Vieira da Silva. Nos orgulharemos de vê-la existir, argumentar, influenciar, resistir e revolucionar. Aos brasileiros, humildemente realizo a súplica: veja a força do batom vermelho, vista a camisa amarela, sinta a garra dessas mulheres e faça parte da revolução! Viva a experiência de presenciar a história das mulheres. Torça para elas conquistarem a tão sagrada estrela mundial para o nosso Brasil.
Por Walter Andrade
Walter Silva Andrade Júnior (Walter de Andrade) é natural de Governador Valadares. Cursa o 7º período de Licenciatura em Teatro pela Universidade Federal de Brasília (UnB). É ator, roteirista, poeta, diretor e dramaturgo. Pesquisa as obras de Augusto Boal, Mário Bortolotto, Ariano Suassuna e o teatro do oprimido.